Na apresentação de determinados tipos de pássaros, os machos costumam se armar todos em penas, como forma de impressionar a fêmea, com efeitos multimídias da própria natureza.

Mas as fêmeas, espertas, observam logicamente outros fatores, além do que se apresenta.

Assim, foi num destes espetáculos da vida, que raciocinei esta questão.

Foto: Miriam Fichtner

Apesar de todo o esforço do macho em impressionar a fêmea, a fêmea recusou o macho, sob o pretexto de quê?! Ora, que uma coisa é o que se apresenta, outra coisa é o que realmente se é.

O macho, por instinto natural, próprio, mostrou o que considerava os seus maiores atributos, mas a fêmea, dentro da intuição que a natureza também lhe dota, não deixou escapar a presa, mas também não fez uma opção rápida: decidiu, com certeza, observar outros fatores, e não optar pela escolha ou decisão imediata.

Assim, até os mais tenros pássaros sabem que uma coisa é o que se apresenta, outra coisa é o que realmente se é ...

E quando há sinais, provas, fatos, fotos, histórias inequívocas, por que tentar mascarar a verdade, mesmo tantos anos depois?!

Quantos foram condenados por fatos que não cometeram, enquanto a vaidade “humana” impera mais do que o direito de defesa e inocência de qualquer ser?!

E quando se trata de uma mulher, uma mulher há décadas atrás, sem direito ao nome, sem direito ao voto, sem direito a nada?!

Uma frágil mulher diante das circunstâncias sociais, uma forte mulher diante da sua estrutura interna?!

Frágil ou forte, agora, não importa.

Não se pode querer adquirir a verdade ou transferir culpas à base de torturas terríveis, insidiosas falsificações, manipulação entre os poderes ...

Pena que isto ocorra até hoje ...

... Os poderes manipulados, as pessoas manipuladas, a mentira perpetuada?!

Yara Belchior, auto-fotografia, em 24.10.2006

Não ... até que venha alguém e consiga transformar os fatos manipulados, arquitetados, planejados, cumpliciados entre os antigos poderes.

E o que era uma antiga “verdade” perpetuada, sobre isto, aquilo ou aquela pessoa, vem realmente à tona como é, como foi, ou como poderá ser.

A verdade a ser dita, real, profunda, em ritual de escrita, aprofundamento, pesquisa, perícia, com testemunhas de antes e de hoje.

Rebater,então, só dentro da mesma ótica dos fatos do direito, e não das coisas vãs, mesquinhas, que englobam a vaidade e a aparência frágil das coisas, das pessoas ...

Ora, se até os pássaros não se enganam, por que alguns homens, pessoas, enfim, tentam permanecer na performance do que não mais se sustenta?!

Determinados fatos, que vêm a baila do direito correto e da escrita profunda, realmente aprofundada, de fato merecem atenção.

Uma coisa é o que se faz na coxas, com amparo de sistemas e pessoas que não mais se admite. Outra coisa é uma pesquisa e apuração séria, corajosa, notadamente baseada em provas irrefutáveis.

Aí, deve virar livro, depois, e virar manual de instrução, também, para um pouco mais de ética, respeito e consideração na política, nos poderes, na desvendação dos crimes que se chamavam “passionais” e que hoje já não se admitem mais além do enfoque civil e criminal, mesmo, lesão corporal seguida ou não de morte, que também tem as implicações dos danos morais, psicológicos, físicos e financeiros, enfim, os danos ...

Os danos que têm de ser observados dentro da realidade dos fatos, da vida, do que realmente ataca e destrói uma pessoa, seja com uma palavra, um ato, uma postura, consideração ou lesão corporal, seguida ou não de morte.

Assim, só nos resta seguir em frente, e parabenizar a quem ousa rodar em capa dura, o que antes ficou em capa mole, fragilizada pelos poderes e canais que não se sustentam mais, tanto assim ...

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