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Psicanálise e o Social - O Réu não é Cristo

16/06/2007, 14:25

 

www.infonet.com.br/yarabelchior

 

InfoNet Sergipe: média de no mínimo 40 mil acessos por dia.

 

Salve, Jorge! J

 

 

 

 

 

 

Psicanálise e o Social

 

O Réu Não é Cristo

 

 

 

 

O poder não é um delírio. (Yara Belchior*, em 01.05.2007)

 

 

 

 

 
Cristo Redentor, RJ/Brasil

Sentado em um banco no meio da praça, o réu assiste ao seu julgamento.

 

 

 

No alto-falante os telefonemas ecoam.

 

 

 

Melhor seria numa arena, onde na antiga Roma se colocavam os cristãos nas bocas dos leões para tirar o espelho dos reis dos seus próprios pecados.

 

 

 

Uma espécie de inversão dos fatos que não se aplica aqui. Mas de qualquer forma o réu não é Cristo, não é único para pagar em nome de todos.

 

 

 

Talvez tenha sido mais audacioso nas falas e intenções, e por isto mesmo pinçado pelas leis de causa e efeito da vida.

 

 

 

Que ruim é ser fotografado pelas retinas destes olhos comprometidos, tendenciosos, vesgos ...

 

 

 

 

 

Sinceridade na Contramão

 

 

 

 

Mas quem não fala o que quer nas costas de quem quer?! Quase ninguém.

 

 

 

É trivial e produto da sociedade que consumimos, a mentira, sem maiores discussões, balançando a griffe no corpo inteiro e fazendo da Europa um símbolo de status e preço quase diário.

 

 

 

Melhor seria se não fosse assim, o ter no lugar do ser.

 

 

Mas difícil é viajar na contramão da história.

 

 

 

 

Procurar ser sincero sempre; não ter que se vestir com a última roupa de marca nem aparentar os quilos que geni exige só para ser volátil sempre no decrépito outdoor social, que os representantes aplaudem e pagam, sem discutir seus ideais e valores, associados à própria imagem.

 

 

 

 

 

O Espelho do Réu é Duplo

 

 

 

 

Tudo seria mais horrível, se o réu fosse único ...

 

 

... Se não estivessem muitos com medo do espelho dele. Muitos que compõem Roma, e que construíram estradas, obras, edifícios, campanhas, sobrados com jardins ...

 

 

 

Mangues aterrados em nome de quem?!

 

 

 

 

Carybé, "A Mulata Grande".

 

 

 

 

O réu vai lançar um livro, depois de tudo, contando todas as histórias que sabe de muitos em Roma ?!

 

 

 

 

 

O réu corre perigo de vida?!

 

 

 

 

 

O réu precisa viver, para contar e se defender!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Constituição Adulterada

 

 

 

Tudo seria melhor se não fosse uma viagem de um só, onde se elegem trechos de conversas para anistiar uns e punir outros, ao sabor do gosto político, das intenções e vinganças políticas ...

 

 

 

Já pensou, ouvir todas as conversas e financiamentos nacionais de campanha, sentados na praça?!

 

 

 

O que diriam dos grandes bancos nacionais, privados, autorizados por emenda a Constituição a cobrar valor de mercado?! Por que isto, barrabás?!

 

 

 

Será só para pagar o preço que os pobres romanos cobram por um voto?! Claro que não ...

 

 

 

 

 

Vaga Desejada

 

 

 

 

E continuam sonhando em sentar no lugar dele, sem concurso, sem eleição, sem nada. 

 

 

 

Mas de que adiantaria, se as pessoas são o que são, independente das condições que as levou ali?!

 

 

 

De que adianta impedir o direito dos julgadores nomearem seus próprio parentes, se o objetivo é forçar os julgadores a aceitar empregos para os filhos nos gabinetes do império?!

 

 

 

Tentar tornar os julgadores reféns, e depois os apedrejar. Isto é arma de qual sistema?!

 

 

 

E como será assim o julgamento do império, com os julgadores reféns de si mesmos e do sistema?!

 

 

 

Apenas sentar ... muitos continuam querendo, lutando pela aquela vaga, já disputada nos bastidores por uma, duas, as três últimas renovações ...

 

 

 

... provavelmente para ser diferente, acredite. Talvez um pouco só diferente, o mise en scène social ..., o tout de la crème ... a nata, das natas ...

 

 

 

 

 

Juiz, só Deus!

 

 

 

Juiz, só Deus, que escreve certo por linhas tortas, diz o velho e conhecido ditado.

 

 

 

E se viver. é decifrar enigmas ...

 

 

 

... Se corajoso é aquele que apedreja sem intenções no pão da vítima...

 

 

 

... Se hipócrita é aquele que acusa, já tendo passado pelos batentes da mesma escola, sem arbítrio nem arbitragem nenhuma ...

 

 

 

... Se Deus, o Universo, a Vida, da à chance de emergir, submergir e emergir novamente ... Um eterno renascer ...

 

 

 

... Se a todos é dada a chance de um novo dia, uma nova hora ...

 

 

 

... Se não podemos mudar o passado mas podemos mudar o presente e o final do julgamento ...

 

 

 

... Se amoral é desistir de si mesmo, como bem disse Clarice Lispector ...

 

 

 

Que bom é ser fotografado, mas pelas retinas, destes olhos lindos. (Zé Katimba, na letra “Disritmia", cantada por Martinho da Vila).

 

 

 

 

Meu universo não tem medo da loucura quando procura desvendar a verdade.

 

 

 

 

Meu universo tem medo da loucura quando se compraz com a mentira. (Yara Belchior - www.infonet.com.br/yarabelchior)

 

 

 

Todo carnaval tem seu fim ...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Vítima é a Verdade

 

 

 

O ombudsman representa o Internauta. Defende a ética e a transparência. Trabalharei para que isso ocorra.

 

 

Mario Vitor Santos* 

 

 

Foto: Bob Wolfenson

 

 

 

 

 

Jornalismo investigativo para valer é uma coisa que há tempos deixou de existir.

 

 

 

O "furo" acontece quando uma fonte, em geral oficial, despeja um dossiê no colo de um repórter, não raro com motivações políticas.

 

 

 

Eximida do trabalho de investigar, e ainda podendo posar de atuante, a mídia está adorando, assim, o festival de vazamento de informações e pirotecnias das recentes operações da Polícia Federal. O circo vira um linchamento. Os direitos dos implicados são ignorados.


 

Existe uma crise importante na PF, marcada por um atrito com o governo em função do descumprimento de acordos salariais, o que levou os policiais à greve no meio das investigações.

 

 

 

Há ainda uma disputa interna em torno da substituição (ou não) do atual delegado-geral, Paulo Lacerda.

 

 

 

Grupos envolvidos nesse embate vazam informações para a imprensa a seu bel-prazer, visando atingir seus adversários, e afirmar a imagem de "independência" dos policiais.

 

 

 

E os meios de comunicação se deixam manipular, na busca de manchetes sensacionalistas.


 

O sucesso deste marketing é tão grande que, agora, a polícia estadual também resolveu desencadear suas operações bombásticas, envolvendo a prisão, num dia, de 2532 pessoas.

 

 

Um número inacreditável. Claro que aí boa parte da mídia também tem sido para lá de condescendente.

 

 

 

Para fornecer a melhor informação a seus usuários, o iG tem que ser absolutamente cético em relação aos objetivos da operação, duvidar dos vazamentos que fatalmente virão para sustentar o espetáculo e dar voz aos acusados. Inocentes podem estar envolvidos. Todo cuidado é pouco.

 

 

 

* Mario Vitor Santos, 52 anos, é Ombudsman do Ig. Jornalista, pela Universidade Federal Fluminense (1979); Mestre em Letras Clássicas pela Universidade de Exeter (Inglaterra) e Doutorando pela Universidade de São Paulo. 

Tudo leva a crer ser um cidadão, bom, decente, probo.

Foi jornalista da Folha de S.Paulo de 1984 a 1999, onde exerceu as funções de redator, editor, diretor da Sucursal de Brasília, secretário de Redação, ombudsman, repórter especial, editor da Revista da Folha, entre outras. Professor, crítico de teatro e diretor da Casa do Saber. 

Texto dividido em maiores parágrafos pela Coluna para maior compreensão da leitura.

 

 

 

O que é Ombudsman

 

Ombudsman é uma palavra de origem sueca que designa "aquele que representa".

 

Deve ser um profissional contratado para atender e representar os usuários de uma empresa junto a ela.

 

Não tem poder de decisão, mas encaminha as manifestações dos usuários e procura atuar para que a empresa solucione as questões.

 

Com o ombudsman, o usuário deve  ter acesso a um profissional destacado para acolher, registrar e encaminhar dentro suas recomendações, questões, críticas e sugestões.

 

Para isso, entendo, o profissional deve ter um super equilíbrio psicológico, apartidário, não tendencioso, simpático e aberto às mais diversas manifestações. Este, para mim, é realmente o papel de uma Ouvidoria, de um Ombudsman.


 

O ombudsman deve atuar em casos de publicação de conteúdo e informações incorretas, omitidas, distorcidas e incompletas.

 

Encaminhar à direção da empresa ou órgão, poder, e poder se posicionar, em casos de injúria, calúnia, difamação e danos à imagem de pessoas e instituições citadas pelo conteúdo da empresa e/ou de seus parceiros.

 

Mas pode também agir nas mais diversas esferas dos serviços prestados por uma empresa, zelando para que sejam observadas as condições adequadas e a qualidade do serviço prestado aos usuários e/ou clientes.

 

Daí a importância de um ombudsman ou ouvidor não ter a cara da sua própria verdade.

 

 

 

 

 

 

 

 

Salve, Jorge!

 

 

Que São Jorge Guerreiro, todos os Orixás e Espíritos de luzes continuem nos protegendo e abrindo os nossos caminhos hoje e sempre, Amém.

 

 

 

Yara Belchior é Jornalista-Colunista; Bacharela em Letras-Português(UFS); Pós-Graduação na primeira turma de Psicanálise(UFS), 1999; Iridologia/AMI; Entre as Colunas que assinou está a “Ponto de Vista”, da Revista Veja.

 

 

 

  

E-mail: yarabelchior@infonet.com.br

 

 

 

Reproduções somente com autorização da Coluna Yara Belchior.

 

 

 

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